Eletroconvulsoterapia (ECT)

A eletroconvulsoterapia (ECT), vulgo eletrochoque, é uma modalidade de tratamento psiquiátrico indicada, basicamente, para casos graves e refratários de depressão e esquizofrenia. Por tratar-se de uma terapêutica segura e eficaz, é o tratamento mais indicado para mulheres grávidas com transtornos mentais. Estima-se que sua eficácia na redução de sintomas depressivos graves seja de 80 a 90%.

É contra-indicada na presença de determinadas lesões neurológicas e doenças cardiovasculares e respiratórias, e de coagulopatias, glaucoma e descolamento de retina. Assim, os pacientes devem passar por uma avaliação clínica e realizar exames complementares antes de se submeterem à ECT.

Durante o procedimento, feito sob anestesia em ambiente hospitalar e com o paciente em jejum, induz-se um episódio convulsivo generalizado através da passagem controlada de corrente elétrica pelo encéfalo. Esta convulsão dura cerca de 30 segundos e as funções vitais do paciente são monitoradas durante todo o tempo.

Dentre os efeitos colaterais, os déficits de memória são as queixas mais frequentes e tendem a melhorar dentro de alguns dias após a última aplicação. Todavia, o comprometimento cognitivo pode variar desde um quadro discreto até uma grave limitação funcional. Os pacientes costumam se queixar ainda de cefaléia, náuseas e dores musculares logo após despertarem da anestesia e melhoram em poucas horas.

A ECT não é utilizada de forma indiscriminada, respeitando as indicações precisas definidas em diretrizes estabelecidas pela Associação Brasileira de Psiquiatria em conjunto com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira. É uma técnica terapêutica regulamentada pelo Ministério da Saúde e integra a Nova Política Nacional de Saúde Mental e Drogas.

É sempre importante buscar informações seguras sobre temas que ainda são alvo de visão preconceituosa, evitando críticas infundadas ao que pode ser o único recurso capaz de tratar um quadro psiquiátrico grave.