Melatonina
A melatonina (N-acetil-5-metoxitriptamina) é um hormônio secretado pela glândula pineal à noite. Sua secreção está relacionada ao ciclo sono-vigília (nosso “relógio biológico”) e é regulada principalmente pela alternância entre claro e escuro (com redução e aumento da secreção, respectivamente). Há evidências de que o envelhecimento reduz a produção noturna de melatonina, o que também ocorre quando se utiliza aparelhos eletrônicos que emitem luz à noite (TV, celular, computador, tablet).
Esta substância está presente em concentrações variáveis em alguns alimentos: morango, cereja, uva, banana, abacaxi, laranja, mamão papaia, manga, tomate, azeitona, cereais, vinhos e, em maiores quantidades, nos ovos, peixes, carnes e no leite animal e humano. Por este motivo, em outubro de 2021, o uso da melatonina foi aprovado pela ANVISA como suplemento alimentar.
Estudos com melatonina sintética têm avaliado suas funções na regulação do ritmo circadiano, sobre o sistema imunológico, na fisiologia da retina, na inibição de tumores e como antioxidante e anti-inflamatório. Sua eficácia nos distúrbios do sono é a que está melhor estabelecida pelas evidências: resulta num adormecer mais rápido e em melhora da qualidade e da duração do sono. Assim, pode ser utilizada nos casos de insônia primária, na regularização do sono de quem trabalha em turnos e para reduzir os efeitos do “jet lag” (causados pela diferença de fuso horário).
Seu uso tem se mostrado seguro a curto prazo (até 3 meses) e com baixa incidência de efeitos colaterais nas doses recomendadas. É metabolizada pelo fígado e excretada pela urina ou fezes. Deve ser administrada até 90 minutos antes da hora de dormir, começando sempre com uma dose diária baixa que poderá ser ajustada conforme a necessidade entre 0,5 e 5mg. Não é recomendada para crianças ou adolescentes nem para gestantes ou lactantes, para portadores de epilepsia, insuficiência renal ou hepática e para quem faz uso de Varfarina.
Apesar de ser um suplemento alimentar, o uso da melatonina merece uma orientação profissional, avaliando-se a indicação, a dose correta, a forma e o tempo de uso. Não se automedique.