Psicose

Em psiquiatria, quando se fala em psicose, refere-se, basicamente, aos seguintes transtornos: quadros graves de depressão e transtorno bipolar do humor (antigamente chamado de psicose maníaco-depressiva), transtorno delirante persistente (conhecido anteriormente como paranóia) e esquizofrenia. Eles representam os quadros mais graves encontrados na clínica psiquiátrica e são caracterizados por um comprometimento do juízo de realidade, o que se associa a vivências psicóticas: os pacientes podem apresentar alterações do pensamento (que pode conter idéias delirantes e/ou estar desorganizado e confuso), da sensopercepção (originando as alucinações) e do comportamento (com agitação, retraimento excessivo ou mesmo bizarrices).

A esquizofrenia é, sem dúvida, o transtorno mental mais grave e de pior prognóstico. Evolui com a ocorrência de surtos psicóticos de frequência e gravidade variáveis, podendo alterar características da personalidade do paciente e comprometer suas capacidades cognitiva e de execução, entre outros prejuízos.

O transtorno delirante persistente caracteriza-se pela presença de um delírio bem organizado, sem comprometimento da personalidade do paciente. Suas ideias delirantes, todavia, podem invadir suas atividades e relações interpessoais, resultando em prejuízos que o paciente não percebe como fruto de uma doença.

Os quadros graves de transtornos de humor também podem evoluir com sintomas psicóticos. O transtorno bipolar evolui em fases de depressão e mania que podem comprometer significativamente o desempenho profissional e social do paciente. Em geral, quando estável, o paciente tem um funcionamento normal, conseguindo retomar suas atividades. Todavia, cerca de um terço dos pacientes pode apresentar sintomas crônicos e evoluir com declínio social significativo. Os quadros de depressão unipolar costumam ter melhor prognóstico, porém, quando o paciente apresenta muitos episódios, o espaço entre eles será cada vez menor e a gravidade maior.